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29 de out. de 2010

Num país longe ao Sul de tudo...

De olhos fechados, de escrita convulsa
Está profetizando o poeta de caneta na mão.
Escorrem letras entre as margens do papel
Linhas justas que retificam o passado.
Seus ancestrais num mar de versos,
Longos, lindos, regulares
Afogaram-se náufragos
Das visões, das razões e menções 
Aos donos da realidade cinza
De sua terra verde.

25 de out. de 2010

Olhos

Olho sempre nos olhos
Quando falam comigo.
Olhos vivos girando nas órbitas
Quando gozam em sorriso.

Num olhar sei seu desejo.
Sem sonhar conheço seu beijo.
Abri os olhos e vi,
Olhos nos olhos, quem é você.
E de olhos risonhos contigo quero viver

15 de out. de 2010

Tuda ou Nado?

      Quando penso no “Nada”, logo me vem à lembrança o “Tudo”. Mas o que seria o Tudo se ele não se contrapusesse ao Nada? Muitos fazem referência ao Tudo e dizem:
      – Isso, ou, aquilo é tudo para mim. Então paro e penso... “O tudo é aquilo que nos preenche!” Pera lá! Já outros quando questionados sobre algo que precisam, respondem:
     – Do que preciso? Nada!...E lá vem o niilismo desta palavrinha danada outra vez.
    Bom, se o Nada é o que eles precisam, então, ele se torna um... Tuda?...Como é? Na verdade não sei. Ok. Vamos repensar.
    Algumas pessoas, no ócio diário, param e olham por horas fixamente no horizonte e se alguém lhes pergunta:
     – O que você está fazendo?
     – Nada!
     – O que você estava olhando?
     – Nada!
     – Em que estava pensando?
     E a resposta se repete. Então, volto a me perguntar: Por que não responder certo? Se não se está fazendo, olhando ou pensando em Nada, então o que são as coisas visíveis e invisíveis que nos rodeiam? Como o ar, casas, ruas, montanhas, mar, etc., se não algo que faz parte de um Tudo? Então, se tudo o que se vê é Nada, foi-se novamente a contraposição aparente entre estas duas palavras tornando-as uma, um... Nado... deste alguém. Epa! Me embananei de novo!
     Quer saber? Vou desmistificar este niilismo do Nada. Até porque, não sei “Tudo.   

6 de out. de 2010

Modernidade


Escrever... Pra quê? Desde que o homem inventou a escrita sente essa necessidade. Primeiro nas pedras, depois nas madeiras, couro, papiro, papel, e agora? Nem papel, era digital. Digito e posto.

Ler... Pra quê? Desde que o homem inventou a escrita surgiu essa necessidade. Leitura nas pedras... – Puxa! Como é pesado! Então imagina em tempos de guerra o mensageiro que carregava uma tora com a mensagem para o exército inimigo, era entregá-la e morrer, de cansaço. – Ufa! Graças a Deus inventaram a escrita em pele de animais, é bem mais leve! – Viva o papiro, o papel! – Viva a modernidade, a era digital. Recebo a mensagem sem sair de casa ou da minha cadeira no escritório. Mas... – Ler! Um saco! Postagem, comentar? Que preguiça!

Cada momento um assunto, cada postagem eu mudo. Uns riem, outros se incomodam. Na verdade, não estou nem aí! Se a carapuça serviu!!! Há, há, há! Eu quero é mais...

1 de set. de 2010

Declaração

Viro, desviro, viro tudo. Não sou nada.

Transformo, destransformo, retransformo. Sou a forma abstrata.

Sou único, talvez maluco, mas ao mesmo tempo o melhor que você pode ter.

Se me faço de vários, e te engano com frases descabidas que não dizem o que meu coração tem... É de propósito, para que você pense em tudo que pode perder para me ter.

Se faço rimas, fingindo ser poeta, enquanto na verdade não passo de um lunático brincando de juntar palavras em um joguinho de pecinhas... Droga, acho que perdi a rima.

Perdi.

Perdi para ganhar, fui derrotado para vencer e me testo como uma cabra-cega no meio do matão, pensando no esartz da nossa ficção mexicana.

Dois rasgos de luz cortam a manhã sombria... À noite não podia, afinal, não tínhamos tempo para ficar olhando estrelas. Na matéria tempo sempre repetimos.

- Não pára!

Você se esconde como um cordeirinho, usa de artifícios maníacos tentando me dominar. Mas não domina, porque a voluntariedade do seu ser não acredita na genialidade das incertezas.

Subverto tudo, colido, passo a ferro... E não há nada no mundo que me detenha.

Encabulada pela própria sorte, só escuto sua voz:

- Não sei viver sem você.

Eu sei. Só queria ouvir você dizer.

29 de ago. de 2010

Escondo-me em meio as pessoas
para que no meio delas, ninguém me encontre.
Os olhos, se movimentam, vagueam e não vêem.
Passam as luzes dos faróis sobre as cabeças, olham além...
em meio aos iguais eu sou ninguém.
Nem conhecidos, transeuntes, vem a sombra
e dão de ombros e revolvem escombros.
Em transe, giram as órbitas para trás
possuídos pela realidade que bloqueia
a percepção que os rodeia.

6 de ago. de 2010

Fio da...

Na vida há cenas que nos chamam a atenção e para o escritor a observação é importantíssima.

Foi numa cena do filme “O caçador de Pipas” que fui impactado pelo mote da morte. Lembrei-me de minha infância quando morria alguém. Era uma época em que os velórios eram realizados nas casas e tínhamos um contato maior com a realidade e o fato de que também vamos morrer.

Hoje criam-se super heróis. O avanço da medicina é notório. As pessoas vivem mais. Porém morrem, cedo ou tarde morrem. Já o contato diário com o fato de se morrer se dá apenas pelos telejornais ou notícias de boca a boca de que fulano morreu. Outrora, ainda que não fôssemos ao enterro, íamos aos velórios. Fazíamos questão de tocar na alça do esquife acompanhando o cortejo. Isso, mesmo as crianças.

Hoje há o esfriamento dos sentimentos. Parece que ninguém se importa. Sentimos os pêsames, as condolências por alguém apenas quando se trata de alguém muito próximo como pai, mãe, etc. De resto, digo isso não ignorando aos outros seres humanos, há um distanciamento da morte. Como se ela nunca fosse chegar. Mas a cada dia de vida, revela-se um da morte. Cada minuto ganho, também é um que se perde e nos aproximamos mais dela.

Morrer é inevitável. É a única certeza da vida. Gramaticalmente falando, morrer é um verbo intransitivo. Intransitivo porque a morte não transita entre nada. Quando ela chega, cessam os movimentos, os batimentos e o corpo inerte cai, independente de onde esteja: no hospital, na rua, no avião, na direção de um carro, escreven...

4 de ago. de 2010

Teto


Estou cansada das imagens belas que se propagam nas poesias diversas, nos cantos campestres e na bateria urbana.


Não suporto mais escutar sobre o piar do pássaro que, enjaulado por quatro estacas, se detém somente para contemplar o céu, o único refúgio de sua liberdade. Nem mesmo consigo ouvir sobre a poeira dos carros que sobe do asfalto e sufoca a massa - cimento pensante que recheia o fundo oco de um compartimento refratário ao avesso.


As coisas do mundo estão usadas, imundas. Por tanto uso e desuso de suas infrações, a roupa que vestia agora está suja, manchada, cheira a acre e estimula o desalento. Em imaginar que um dia as próprias coisas do mundo se enfezariam delas mesmas, e se jogariam a mendigagem completa!


Em pensar.

Refletindo sobre o mundo lá fora, daqui onde estou... Não na janela já cansada, mas deitada com os olhos postos no teto, reparo que a vida descrita há muito tempo como um sopro de puro gozo e desespero, na verdade é menos do que o suspiro de dois corpos unidos - é um fechar de olhos. Acordamos por minutos, minutos esses que levam as nossas experiências na pálpebra... E depois um nada. Um escuro, uma barreira feita de impotência existencial.


Tudo acaba como num deslance.


Estou cansada, o teto do quarto parece chegar mais perto e encarar minha falta de coragem de levantar da cama e encarar minha falta de coragem em levantar da cama... Cinco e meia.


E tudo são palavras, apenas.

3 de ago. de 2010

Prisma


Sou todos mas não sou ninguém.
Se paro e olho no espelho, vejo espectros de almas que vão se articulando alternativamente.
Não obedeço ordens adversas do meu psicológico, ao contrário do que minha forma sugere. Eu sigo em um acordo formal com a mente, em uma camaradagem com o emocional e uma pequena troca de favores e concessões entre "querer" e "dever".
Sou plural, advento do "s" final que sigulariza minhas características mais engraçadas... E não me digam que sem o singular não posso ser feliz! Oras, para isso existem as características sérias coletivizadas nelas mesmas.
Ninguém consegue mapear o que gosto, porque sou apaixonado por tudo! Menos por aqueles...
Quando me veem e fingem que não entendem o único corpo que governa uma comunhão cerebral, eu sorriso falsamente - simplórios.
Meu gênio esquizofrênico pela popularidade das minhas mentes, não suporta afetações - por mais que às vezes eu me valha delas!
E com todo corpo massificado de vários, sou único. Porque único é meu seguimento... Que se ramifica em termos, mas sempre volta ao central.
Sou núcleo, sintagma verbal acoplado de semântica adversa. Sou indivíduo, coletivo, e o inicio de tudo que me espera.

1 de ago. de 2010

Jornada


Sonolento: "Saio às seis da manhã. O vento frio desta cidade, a garôa desta cidade. E caminho...
Longe, longe eu fui. Fui procurar. Como raízes cegas que se enterram a vasculhar a escuridão clara da terra por dentro; que reflete a terra de fora.
Doce, manso vento que bate em meu rosto. Mostre-me o caminho do fim desta paixão, que procuro.
Temo. Mas o caminho me ajuda, me lembra que não há nada a fazer senão enfrentá-lo.
E sonho, e caminho, e terra, e vinho.
E vou pelo tempo, que passa e não me movo. O mundo gira, gira, girassol, gira-gira como criança inocente... levada.
Na poça da calçada o rosto que reflete não é meu. De quem será essa cabeleira grisalha, essa ruga, essa barba? Se sou ainda criança, penso. Penso que sou. Só penso, peso dos tempos...
Me perdi, me fui. O tempo passou e eu não vi."
...
Em voz alta: "Voltei! Mãe, estou em casa."

21 de jul. de 2010

Contemple o UM.

Um é o número pai ou mãe,... quem sabe?
Quem sabe o Gênero do Um? Seu número, isso conhecemos.
Parece até idiotice dizer que Um é unitário, unidade, simplesmente, Um. E olha que há culturas nas quais o Um é o Alef, o "A", o primeiro, a unidade fundamental do ser; até privativo de Deus!
Um dia na vida, uma gota de sangue, uma hora de relógio, um segundo infinito, uma vida na eternidade, um beijo, um átimo...
Entre o Um e todas as outras falsas unidades há infinitos, falsos, números. Mas real, real mesmo é o Um. E porquê?
Porque uma pessoa nasce só (um), uma pessoa na morte morre só (um), quando a gente casa, casa com um homem, uma mulher. Vive-se uma vez, tem-se um salário e um filho de cada vez. Gosto só se tem um, como um país, um cérebro, uma visão um mundo... é tanto um que poderíamos pensar numa infinidade de uns!
Os psicólogos dizem até que há Um inconsciente coletivo, os sociólogos dizem que as massas formam uma coletividade!
Se é assim senhores, viva ao Um porque num instante já não somos o indivíduo que pensamos, somos ao fim, que também é um, o resultado único de todos os nossos antepassados e seremos este Indivíduo Coletivo.

18 de jul. de 2010

Indivíduo Coletivo


Somos “um” ser paradoxal
que contribui em prol do sócio
e do individual.
Desvendar o mistério
das palavras é o desafio.
Mas, talvez, nem Sherlock Holmes
descobriria se sou mulher ou homem.
Porém, isso não importa porque me defino
afinal, eu sou o:

"Colevíduo Inditivo".

17 de jul. de 2010

16 de jul. de 2010

Numerologia


Decidiu descobrir seu futuro e seu destino nos traços indescritos dos números. Verificou pelas linhas tortas de seu nome a contagem certa de suas qualidades, e pela linha reta do sobrenome completo, a medida certa de seus defeitos.
Encontrou uma razão no mundo: ter compaixão.
- Mas quem, raios, tem como meta de futuro a compaixão?
As pessoas querem o sentimento do conforto do lar, e o materialismo das relações de família... Quer crescer, aparecer, para dizer: Eu estou aqui.
E ele estava. Bem pertinho, assim ó... Um pulo de gato a mais e seu destino desenhado no quadrado numérico estaria completo.
Mas ele desanimou.
- Quem tem um destino broxa de ter compaixão?!
Queria um destino destemido, como do caboclo da música mais longa que ouvira na vida... Ele não era João, mas também não deveria existir nenhuma regra que impedisse os danados queimados de sol, Raimundos, de terem um destino caboclo.
Na verdade, não precisava ser caboclo... Basta o charme da cena.
E os números sabáticos insistiram na missão etérea da compaixão - Rapaz! O maior sentimento do mundo!
Raimundo rasgou o livreto de símbolos numéricos, fez do papel utilizado nas contas aviãozinho de papel e contou entre os dedos um adeus.
- Dane-se o Sentimento do Mundo!!!

12 de jul. de 2010

Fala!


Fala, fala,
fala tanto que meus ouvidos....
Huuuuuuuhhhh!

Fala, fala,
fala em pranto
que meu olhos
ardem...
Huuuuh!

Fala, fala,
fala manso
que meus nervos
relaxam
Huuummm!

Fala, fala
fala mudo
minha alma.
    [ ]
Silêncio.

10 de jul. de 2010

Sai Zica


A superstição tá aí. Fazer o quê? 
Olha, não sou supersticioso, mas vai saber né? Como dizia Cervantes: Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.
A internet é cheia de mandingas, astúcias, simpatias... Uma delas é a que, reza a ciber-lenda, condena ao anonimato, ao ostracismo (bunito isso!) os sites e blogs que sua primeira postagem não seja a conhecida HELLO WORLD.
Acho isso uma besteira descabida, desclassificada, mas é uma ciber-tradição!
Pensando bem.... Em meu lugar o que VOCÊ faria? Correria o risco de ser legado ao esquecimento, ou seria levado pela ciber-corrente e daria sua contribuição ao princípio da dúvida?
Não é mole não!
Por isso, sai zica, pé de pato mangalô treis veiz.

Hello World!