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6 de ago. de 2010

Fio da...

Na vida há cenas que nos chamam a atenção e para o escritor a observação é importantíssima.

Foi numa cena do filme “O caçador de Pipas” que fui impactado pelo mote da morte. Lembrei-me de minha infância quando morria alguém. Era uma época em que os velórios eram realizados nas casas e tínhamos um contato maior com a realidade e o fato de que também vamos morrer.

Hoje criam-se super heróis. O avanço da medicina é notório. As pessoas vivem mais. Porém morrem, cedo ou tarde morrem. Já o contato diário com o fato de se morrer se dá apenas pelos telejornais ou notícias de boca a boca de que fulano morreu. Outrora, ainda que não fôssemos ao enterro, íamos aos velórios. Fazíamos questão de tocar na alça do esquife acompanhando o cortejo. Isso, mesmo as crianças.

Hoje há o esfriamento dos sentimentos. Parece que ninguém se importa. Sentimos os pêsames, as condolências por alguém apenas quando se trata de alguém muito próximo como pai, mãe, etc. De resto, digo isso não ignorando aos outros seres humanos, há um distanciamento da morte. Como se ela nunca fosse chegar. Mas a cada dia de vida, revela-se um da morte. Cada minuto ganho, também é um que se perde e nos aproximamos mais dela.

Morrer é inevitável. É a única certeza da vida. Gramaticalmente falando, morrer é um verbo intransitivo. Intransitivo porque a morte não transita entre nada. Quando ela chega, cessam os movimentos, os batimentos e o corpo inerte cai, independente de onde esteja: no hospital, na rua, no avião, na direção de um carro, escreven...

Um comentário:

  1. Ainda bem que alguns não são pegos de surpresa, a vida dá uns trancos, pra morte não entrar em ação.
    A vida e a morte são amigas, parceiras, cumplices. Quando a vida não suporta mais a amiga morte assume a questão definitivamente, aliviando assim a dor da vida. Já pensou assim?
    By... Thaís de Sá.

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