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1 de ago. de 2010

Jornada


Sonolento: "Saio às seis da manhã. O vento frio desta cidade, a garôa desta cidade. E caminho...
Longe, longe eu fui. Fui procurar. Como raízes cegas que se enterram a vasculhar a escuridão clara da terra por dentro; que reflete a terra de fora.
Doce, manso vento que bate em meu rosto. Mostre-me o caminho do fim desta paixão, que procuro.
Temo. Mas o caminho me ajuda, me lembra que não há nada a fazer senão enfrentá-lo.
E sonho, e caminho, e terra, e vinho.
E vou pelo tempo, que passa e não me movo. O mundo gira, gira, girassol, gira-gira como criança inocente... levada.
Na poça da calçada o rosto que reflete não é meu. De quem será essa cabeleira grisalha, essa ruga, essa barba? Se sou ainda criança, penso. Penso que sou. Só penso, peso dos tempos...
Me perdi, me fui. O tempo passou e eu não vi."
...
Em voz alta: "Voltei! Mãe, estou em casa."

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